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Crises, oportunidades e a metade cheia do copo

2/7/2016

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Há um ditado no mundo empreendedor: “Não há crise; há oportunidade.”

Se esse é o caso, o Brasil está em tempos de muitas oportunidades (esquece a parte política). Estamos falando das tempestades torrenciais que inundam nossos lares. Chuvas de granizo demolem o teto de nossas casas no meio da madrugada. Quando a tormenta é fraca, a gente só perde a luz e a água por alguns dias (e as janelas do Shopping Praia de Belas).

Então, como pode ver, o post de hoje é sobre crises. Nesse caso, vamos começar com uma história pior.
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A equação parece simples: evento negativo causa impacto negativo... Mas não é bem assim. Afinal, é possível ser otimista quando se trata de eventos traumáticos?
Você conhece a General Rhonda Cornum? Lá em 1991, Rhonda era, dentre outras coisas, pilota de helicóptero e estava numa missão de resgate no deserto do Iraque. O helicóptero dela foi abatido pelo exército de Saddam Hussein. Já na queda, apenas 3 das 8 pessoas da equipe sobreviveram. Rhonda, baleada e com ambos os braços quebrados, foi levada como prisioneira. Ela foi violada e violentada. Permaneceu em cárcere por oito dias, até ser libertada.

É a partir de situações como essa que pessoas desenvolvem TEPT, ou Transtorno de Estresse Pós-Traumático. O TEPT pode ser definido como a exposição a um evento perigoso o bastante para ser letal, ou pelo menos causar sérios danos, sejam eles físicos ou psicológicos. Essa exposição pode ser por uma experiência própria ou vicária (como um soldado ver seu amigo levar um tiro). Pessoas com TEPT sofrem de ansiedade extrema, e até mesmo ataques de pânico. Elas buscam, a todo custo, evitar que o evento traumático ocorra de novo. Isso significa que, para alguém traumatizado por uma tempestade, essa época que estamos passando foi extremamente desagradável, porque ajudaria essa pessoa a reviver aquela experiência horrível. Dissemos ajudar porque um dos sintomas do TEPT é ter lembranças espontâneas e pesadelos do evento. A pessoa traumatizada, na verdade, não precisa de ajuda para reviver seu trauma, porque ela se lembra sozinha, involuntariamente. Tipo uma profecia auto cumpridora. E, depois de tanto tempo lendo nosso blog, você já deve saber que esse tipo de profecia vem das nossas crenças, não é?

Diga, leitor, se em algum momento do post não buscou identificar em si ou em alguém que conhece alguma das informações que falamos? Isso é um fenômeno típico que todo aluno de Psicologia passa quando aprende sobre transtornos mentais. Antes da aula, éramos humanos normais e saudáveis. Depois da aula, temos dois critérios para TOC, três de esquizofrenia, de depressão... Claro que ninguém tinha de fato algum transtorno (ou, espero, a maioria), mas a ideia ficava nas nossas cabeças, aquele “e se...?” que demorava pra passar. Mesmo sem ter TEPT, a profecia auto cumpridora começava a se instalar, quase que sem a nossa permissão.

E é por isso que vamos abordar as crises sob outra perspectiva.

Qualquer um seria um tanto pessimista sobre traumas e outros momentos de crise se tudo que soubesse sobre isso fosse o impacto negativo que tem na pessoa. Mas é só isso? Martin Seligman, ex-presidente da Associação Americana de Psicologia, escreveu um livro chamado Florescer, que é uma verdadeira bíblia pra quem gosta de Psicologia Positiva. Um dos capítulos desse livro trata sobre crescimento espiritual e psicológico depois de eventos traumáticos. 

Seligman, no seu livro, nos conta que nem todas as pessoas que passam por eventos traumáticos desenvolvem TEPT. Sim, elas passam por um período de ansiedade e pânico, mas logo esse período passa. Lembra da Rhonda? Sua vida melhorou em todos os aspectos. Nas suas próprias palavras: “Eu me sinto muito mais equipada para ser uma líder e uma comandante. Aquilo é com o que comparo todas as minhas experiências agora, então sinto muito menos ansiedade ou medo quando enfrento desafios.” Sobre sua família também: “Eu me tornei uma esposa e mãe melhor, mais atenciosa. Eu me esforço para lembrar de aniversários, visitar avôs, etc. Sem dúvida, chegar tão perto de perder minha família me fez amá-los ainda mais.”

Enfim. Não estamos dizendo para você sair por aí derrubando seu helicóptero no jardim da ISIS ou ficar do lado de uma árvore velha numa tempestade ventosa. O principal objetivo desse post é ter algo para combater a crença de que passar por experiências ruins necessariamente vai piorar sua vida. Acredite-me, crises podem ser oportunidades!


Na verdade, podemos até treinar para aumentar nossa resiliência mental, melhorar nossa capacidade de crescer com crises e diminuir os danos da experiência. Porém, isso já é assunto para um próximo post. ;)
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